quinta-feira, 21 de julho de 2011



Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre 

Mia Couto

 

Não saberei nunca
dizer adeus

Afinal,
só os mortos sabem morrer

Mia Couto






     
           É vitalício: comer a Vida
                     deitando-a entontecida
                                 sobre o linho do idioma.




 Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço

Mia Couto

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Mia Couto 

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